História, pipoca e pimenta
domingo, 22 de maio de 2011
Depoimento da Professora Amanda Gurgel - a Educação no Brasil
Comovente, verdadeiro, corajoso, enfim já cansei de destacar adjetivos para este video postado nessa semana na net e que virou febre entre todos que acreditam na educação. A professora expõe um dos problemas básicos da educação do Brasil : o baixo salário dos professores. Maravilhoso.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
sábado, 7 de maio de 2011
Jornada Astronômica - EMEF Florestan Fernandes
Poema que abriu a Jornada Astronômica
O Homem; As Viagens
O homem, bicho da terra tão pequeno
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.
Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto - é isto?
Idem
Idem
Idem.
O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
Do solar a col-
Onizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver.
Essa semana aconteceu na escola a nossa primeira jornada astronômica.Depois de muito empenho o resultado foi muito gratificante, todos se envolveram: gestores, professores, alunos e funcionários. Esse envolvimento foi o grande motivador dessa semana.
Seguindo os conselhos da Professora Michelle eu encabecei uma oficina de contação de história. Deu pra lembrar o tempo de teatro e perceber que eu preciso de uma especialização no assunto. (:)
Com certeza os momentos mais marcantes da Jornada foram a visita ao planetario movel...
....e a palestra do astrônomo Paulo Leme.
Agora já estou aguardando a próxima !!!
Abaixo os links para baixar o programa Stellarium que fez parte da oficina do professor Alessandro.
http://www.stellarium.org/pt/
http://www.baixaki.com.br/busca.asp?q=stellarium+
Stellarium é um planetário de código aberto para o seu computador. Ele mostra um céu realista em três dimensões igual ao que se vê a olho nu, com binóculos ou telescópio.
Ele também tem sido usado em projetores de planetários.
Basta ajustar as coordenadas geográficas e começar a observar o céu!
domingo, 24 de abril de 2011
Como Estrelas Na Terra - Toda Criança É Especial
Estou plenamente encantada com um dos filmes mais sensíveis e adoráveis produzidos para abordar a educação. Chorei compulsivamente em diversos momentos, fiquei comovida com a semelhança do personagem principal com várias das crianças que me deparo diariamente. O mais incrível é que este filme foi rodado na Índia , feito em Bollywood – os lendários estúdios indianos de produção cinematográfica – e é tão próximo das crianças do Brasil, alias ele é próximo da realidade infantil do mundo todo.
Se contada assim simplesmente a história do filme chega a ser boba ou simples demais, mas é uma das obras mais sensíveis que eu já tive noticia. O filme conta a história de um aluno dislexo que não consegue aprender. Seu pai, por não entender o processo de aprendizagem e pensar que o problema do seu filho é o mimo da mãe e a falta de disciplina, acaba o encaminhando para um internato. O menino após chegar próximo a depressão absoluta, pois mesmo no internato ele não consegue aprender, encontra um professor que quer e decide ensina-lo. A semelhança entre os dois é unica: os dois tem dislexia. Mesmo com um enredo até certo ponto maniqueísta, o filme emociona com cenas extremamentes simples e bem produzidas, a musica que envolve praticamente toda a trama conduz os momentos de esperança, tristeza, encantamento, enfim é um filme que todo mundo devia assistir.
Titulo Original: Taare Zameen Par – Every Child is Special
Título Traduzido: Como Estrelas Na Terra-Toda Criança É Especial
Gênero:Drama
Duração: 2h42min
Diretor: Aamir Khan
Ano de Lançamento: 2007
Título Traduzido: Como Estrelas Na Terra-Toda Criança É Especial
Gênero:Drama
Duração: 2h42min
Diretor: Aamir Khan
Ano de Lançamento: 2007
Taare Zameen Par –filme da produção de Bollywood – conta a história de uma criança que sofre com dislexia e custa a ser compreendida. Ishaan Awasthi, de 9 anos, já repetiu uma vez o terceiro período e corre o risco de repetir de novo. As letras dançam em sua frente, como diz, e não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção. Seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rudez e falta de sensibilidade. Após serem chamados na escola para falar com a diretora, o pai do garoto decide levá-lo a um internato, sem que a mãe possa dar opinião alguma. Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender e de ser uma criança. Ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da vida… e a filosofia do internato é a de disciplinar cavalos selvagens. Inesperadamente, um professor substituto de artes entra em cena e logo percebe que algo de errado estava pairando sobre Ishaan. Não demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e vontade de viver. O filme é uma obra prima do até então ator e produtor Aamir Khan.
Uma das cenas que mais me emocionou foi a cena em que o professor de artes retrata o aluno como ele deveria ser: feliz. Alias a arte é redentora para o pequeno Ishaan, ela mostra a todos que ele é um garoto inteligente e possuidor de diversas habilidades. Essa obra de arte diz muito no filme
O que é dislexia?
É um dos distúrbios de aprendizagem, de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no dominio da linguagem, como dificuldades na decodificação, soletração e fluência na leitura das palavras e dificuldade na codificação e fluência ao escrever. Essas dificuldades aparecem apesar do individuo frequentar a escola e não possuir diagnostico de prejuizo de nível intelectual. Nem toda criança com déficit de aprendizagem é dislexa, não devemos confundir com casos de indivíduos de inteligência limitada, com baixa estimulação sóciocultural ou problemas atrelados a questões de natureza emocional.
(Texto adaptado de Tânia Freitas)
Informações sobre a dislexia nos seguintes sites:
http://www.dislexia.org.br/
http://www.abcdislexia.com.br/
Assistam !!!
sábado, 23 de abril de 2011
Aos trancos e barrancos.
Texto do José Murilo de Carvalho que eu amei e achei muito pertinente para publicação.
José Murilo de Carvalho é professor titular de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutor em ciência política pela Universidade Stanford (Estados Unidos).Sua obra inclui, entre outros títulos, Os Bestializados, ensaio sobre o nascimento da República, e a biografia D. Pedro II. É membro da Academia Brasileira de Letras.
Aos trancos e barrancos.
O Brasil é um país sem revolução. Não houve revolução na Independência. Boa parte da elite que comandou o processo a partir do Rio de Janeiro tinha sido educada em Coimbra e quase toda a alta burocracia era luso-brasileira. Não houve, naquela conjuntura, alteração na sociedade. Manteve-se a escravidão e até mesmo aumentou o tráfico de africanos. As revoltas do Primeiro Reinado e, sobretudo, da Regência eram provinciais e foram sufocadas com relativa facilidade, à exceção da Farroupilha, que durou dez anos. Não houve revolução na abolição da escravidão, votada pelo Congresso quando já era reduzido o número de escravos. Não houve revolução na proclamação da República. Antes, como observou Sérgio Buarque de Holanda, o que se deu foi a implantação do império dos fazendeiros. Não houve revolução em 1930, apenas uma troca de guarda. Em 1964, o movimento que se auto-intitulou revolução foi o oposto do proclamado.
O Brasil é um país de drásticas e cada vez mais rápidas mudanças, sobretudo a partir da segunda década do século XX. Mudanças demográficas. Os 30 milhões de habitantes de 1920 dobraram em 1960 e chegaram a 170 milhões em 2000 e a 187 milhões hoje, um crescimento de mais de 500%. A mobilidade geográfica foi profunda. Em 1920, 80% da população morava no campo; em 1960, 55%; em 2000, apenas 19%. O Sudeste era 90% urbano nesse último ano. Uma virada completa. E mudanças na ocupação. De um país agrícola em 1920, tornou-se uma economia de indústria e serviços. O que restou da agricultura rapidamente se transforma em moderno agronegócio.
Mesmo na educação, em que sempre fomos lentos, chegamos ao fim do século XX com 16% de analfabetos, quando a porcentagem era de 75% em 1920. A inclusão social fez progressos a partir de Vargas. A cobertura previdenciária hoje atinge quase todas as categorias sociais. A esperança de vida passou de 43 anos em 1950 para 68 em 2000. Na última década, a telefonia celular e a internet têm incorporado rapidamente milhões de brasileiros ao mundo da mídia eletrônica. Mudança radical também se deu na incorporação do povo na política. Até 1945, votavam 5% da população; em 1960, votaram 22%; em 2002, 66%. Hoje quase 70% dos brasileiros estão alistados. A República, afinal, ganhou o povo que lhe faltava.
Grandes mudanças sem revolução, eis nosso predicamento, que é nosso mérito e nosso drama. Nosso mérito, na medida em que as mudanças se fizeram sem os imensos custos sociais que em geral as acompanham. Nossa independência causou poucas mortes, enquanto a dos Estados Unidos e a das colônias espanholas da América custaram anos de luta e milhares de mortos. Nosso movimento abolicionista quase não produziu baixas; a Guerra Civil Americana matou 600 000 pessoas. Nosso dramático processo de urbanização das décadas de 70 e 80 foi comparado ao da União Soviética sob Stalin, que ceifou milhões de vidas.
Nosso drama. As mudanças fizeram-se sem alterar as bases da sociedade e criaram problemas tão sérios quanto os que resolveram. O campo despovoou-se, mas em pleno século XXI ainda há movimentos sociais reclamando terra para trabalhar, e partes do norte do país vivem clima de faroeste. O crescimento explosivo das cidades produziu imensos bolsões de pobreza e facilitou tal expansão da violência que inviabiliza a convivência civilizada. Os avanços recentes não impediram que ainda haja 11 milhões de pobres e 3 milhões de indigentes só nas regiões metropolitanas, que mais da metade dos trabalhadores permaneça no setor informal da economia, que apenas 25% da mão-de-obra seja sindicalizada. A massiva e rápida democratização do voto, boa parte dela feita durante a ditadura, não levou à criação nem de um eleitorado reivindicante, nem de uma classe política competente e responsável. Várias práticas corruptas minam o corpo político como um câncer. As instituições, sobretudo as representativas, perderam a credibilidade que um dia tiveram. Como coroamento dos males, as grandes mudanças não eliminaram, antes agravaram, nossa dificuldade de viver sob o governo da lei, uma condição indispensável a qualquer República que mereça o nome.
Não tivemos uma revolução capitalista que nos levasse a uma República democrática pela redução da desigualdade dentro da liberdade, graças ao dinamismo do mercado. O crescimento econômico não eliminou desigualdades e a liberdade por duas vezes foi suprimida. Nossos empresários fogem da competição e do risco e não dispensam a proteção do estado. Nossos operários ainda recorrem ao guarda-chuva corporativo da legislação do Estado Novo, encarnado no sindicato único e no imposto sindical. Não tivemos uma revolução socialista que também nos transformasse em uma República democrática, como sucedeu com países da antiga União Soviética, que reduziram fortemente a desigualdade pela ação autoritária do estado e depois restauraram a liberdade. Nossos avanços sociais deram-se entre nós em períodos ditatoriais, e os mais recentes ainda guardam fortes traços paternalistas. Sobretudo, foram insuficientes para produzir uma República democrática em que a liberdade fosse garantida pela redução da desigualdade. Forjamos um híbrido social que não peca por ser híbrido, mas por não ser social.
Mudança aos trancos e barrancos, como foi a nossa, não é mais um processo aceitável para os tempos de hoje, se algum dia o foi. Os cenários externo e interno colocaram o país, neste começo de século, diante de horizontes nunca antes realisticamente divisados. Não por acaso, ressurgiu, sob o impacto das descobertas de grandes reservas de petróleo, nosso quase bissecular sonho de grandeza. Para que o sonho não se frustre mais uma vez, a mudança terá de ser mais consciente, mais negociada entre governo e sociedade. O pouco de democracia que conquistamos terá de servir como método de navegação para os novos tempos. A desigualdade exige políticas de correção. O combate à violência, à corrupção e à degradação da representação política exige profundas reformas na lei, nas instituições e nas mentalidades. Até mesmo as grandes promessas do petróleo poderão tornar-se maldição na ausência de um adequado planejamento da distribuição de seus benefícios. O potencial para a grandeza, a natureza sempre nos deu e nos dá de novo no pré-sal. Cabe ao país ser capaz de torná-lo real, a começar pelo respeito à própria natureza.
José Murilo de Carvalho é professor titular de história da Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutor em ciência política pela Universidade Stanford (Estados Unidos).Sua obra inclui, entre outros títulos, Os Bestializados, ensaio sobre o nascimento da República, e a biografia D. Pedro II. É membro da Academia Brasileira de Letras.
Aos trancos e barrancos.
O Brasil é um país sem revolução. Não houve revolução na Independência. Boa parte da elite que comandou o processo a partir do Rio de Janeiro tinha sido educada em Coimbra e quase toda a alta burocracia era luso-brasileira. Não houve, naquela conjuntura, alteração na sociedade. Manteve-se a escravidão e até mesmo aumentou o tráfico de africanos. As revoltas do Primeiro Reinado e, sobretudo, da Regência eram provinciais e foram sufocadas com relativa facilidade, à exceção da Farroupilha, que durou dez anos. Não houve revolução na abolição da escravidão, votada pelo Congresso quando já era reduzido o número de escravos. Não houve revolução na proclamação da República. Antes, como observou Sérgio Buarque de Holanda, o que se deu foi a implantação do império dos fazendeiros. Não houve revolução em 1930, apenas uma troca de guarda. Em 1964, o movimento que se auto-intitulou revolução foi o oposto do proclamado.
O Brasil é um país de drásticas e cada vez mais rápidas mudanças, sobretudo a partir da segunda década do século XX. Mudanças demográficas. Os 30 milhões de habitantes de 1920 dobraram em 1960 e chegaram a 170 milhões em 2000 e a 187 milhões hoje, um crescimento de mais de 500%. A mobilidade geográfica foi profunda. Em 1920, 80% da população morava no campo; em 1960, 55%; em 2000, apenas 19%. O Sudeste era 90% urbano nesse último ano. Uma virada completa. E mudanças na ocupação. De um país agrícola em 1920, tornou-se uma economia de indústria e serviços. O que restou da agricultura rapidamente se transforma em moderno agronegócio.
Mesmo na educação, em que sempre fomos lentos, chegamos ao fim do século XX com 16% de analfabetos, quando a porcentagem era de 75% em 1920. A inclusão social fez progressos a partir de Vargas. A cobertura previdenciária hoje atinge quase todas as categorias sociais. A esperança de vida passou de 43 anos em 1950 para 68 em 2000. Na última década, a telefonia celular e a internet têm incorporado rapidamente milhões de brasileiros ao mundo da mídia eletrônica. Mudança radical também se deu na incorporação do povo na política. Até 1945, votavam 5% da população; em 1960, votaram 22%; em 2002, 66%. Hoje quase 70% dos brasileiros estão alistados. A República, afinal, ganhou o povo que lhe faltava.
Grandes mudanças sem revolução, eis nosso predicamento, que é nosso mérito e nosso drama. Nosso mérito, na medida em que as mudanças se fizeram sem os imensos custos sociais que em geral as acompanham. Nossa independência causou poucas mortes, enquanto a dos Estados Unidos e a das colônias espanholas da América custaram anos de luta e milhares de mortos. Nosso movimento abolicionista quase não produziu baixas; a Guerra Civil Americana matou 600 000 pessoas. Nosso dramático processo de urbanização das décadas de 70 e 80 foi comparado ao da União Soviética sob Stalin, que ceifou milhões de vidas.
Nosso drama. As mudanças fizeram-se sem alterar as bases da sociedade e criaram problemas tão sérios quanto os que resolveram. O campo despovoou-se, mas em pleno século XXI ainda há movimentos sociais reclamando terra para trabalhar, e partes do norte do país vivem clima de faroeste. O crescimento explosivo das cidades produziu imensos bolsões de pobreza e facilitou tal expansão da violência que inviabiliza a convivência civilizada. Os avanços recentes não impediram que ainda haja 11 milhões de pobres e 3 milhões de indigentes só nas regiões metropolitanas, que mais da metade dos trabalhadores permaneça no setor informal da economia, que apenas 25% da mão-de-obra seja sindicalizada. A massiva e rápida democratização do voto, boa parte dela feita durante a ditadura, não levou à criação nem de um eleitorado reivindicante, nem de uma classe política competente e responsável. Várias práticas corruptas minam o corpo político como um câncer. As instituições, sobretudo as representativas, perderam a credibilidade que um dia tiveram. Como coroamento dos males, as grandes mudanças não eliminaram, antes agravaram, nossa dificuldade de viver sob o governo da lei, uma condição indispensável a qualquer República que mereça o nome.
Não tivemos uma revolução capitalista que nos levasse a uma República democrática pela redução da desigualdade dentro da liberdade, graças ao dinamismo do mercado. O crescimento econômico não eliminou desigualdades e a liberdade por duas vezes foi suprimida. Nossos empresários fogem da competição e do risco e não dispensam a proteção do estado. Nossos operários ainda recorrem ao guarda-chuva corporativo da legislação do Estado Novo, encarnado no sindicato único e no imposto sindical. Não tivemos uma revolução socialista que também nos transformasse em uma República democrática, como sucedeu com países da antiga União Soviética, que reduziram fortemente a desigualdade pela ação autoritária do estado e depois restauraram a liberdade. Nossos avanços sociais deram-se entre nós em períodos ditatoriais, e os mais recentes ainda guardam fortes traços paternalistas. Sobretudo, foram insuficientes para produzir uma República democrática em que a liberdade fosse garantida pela redução da desigualdade. Forjamos um híbrido social que não peca por ser híbrido, mas por não ser social.
Mudança aos trancos e barrancos, como foi a nossa, não é mais um processo aceitável para os tempos de hoje, se algum dia o foi. Os cenários externo e interno colocaram o país, neste começo de século, diante de horizontes nunca antes realisticamente divisados. Não por acaso, ressurgiu, sob o impacto das descobertas de grandes reservas de petróleo, nosso quase bissecular sonho de grandeza. Para que o sonho não se frustre mais uma vez, a mudança terá de ser mais consciente, mais negociada entre governo e sociedade. O pouco de democracia que conquistamos terá de servir como método de navegação para os novos tempos. A desigualdade exige políticas de correção. O combate à violência, à corrupção e à degradação da representação política exige profundas reformas na lei, nas instituições e nas mentalidades. Até mesmo as grandes promessas do petróleo poderão tornar-se maldição na ausência de um adequado planejamento da distribuição de seus benefícios. O potencial para a grandeza, a natureza sempre nos deu e nos dá de novo no pré-sal. Cabe ao país ser capaz de torná-lo real, a começar pelo respeito à própria natureza.
domingo, 17 de abril de 2011
Labor
Sabado eu passei o dia fazendo parte de mais uma formação técnica da Associação Educacional Labor. Se meu pai me ouvisse ele falaria: "Mais um curso, minha filha, você não cansa". Pois é, cansar eu canso, mais quando o convite se faz para discutir educação de verdade e com qualidade, como é o caso da Labor, eu deixo qualquer cansaço pra depois. Passamos o dia estudando para que e por que se deve elaborar o PPP: Projeto Politico e Pedagógico na escola. Muito bom poder se cercar de gente que pensa na educação como algo vivo e verdadeiro.
Amor?
Por ser uma obra mais madura recomendo esse filme aos meus alunos de Filosofia.
****
Ontem fui ao cinema como quem não quer ir ao cinema, ou seja, ontem fui ao cinema meio que pra matar um tempo que insiste em permanecer vivo.
Na hora de escolher o filme tive curiosidade por um cartaz que de forma irônica me surpreendeu com o titulo AMOR?
Já havia visto vários filmes com este titulo, seguido de outros complementos, mas a palavra AMOR assim crua e direta parecia muito mais séria. Outro fato que me chamou a atenção foi o fato desse filme ser dirigido pelo João Jardim - o mesmo que dirigiu "Pro dia nascer feliz" um documentário sobre educação lindíssimo – talvez isso tenha me convencido de assiti-lo. Não li a sinopse do filme e entrei na sala de cinema curiosa e assustada, afinal um documentário sobre amor é no mínimo muito interessante e instigante. Pra começar o documentário apresenta atores interpretando os depoimentos, o que além de ser uma novidade pode se tornar uma grande ousadia. Adorei as interpretações de Mariana Lima , Ângelo Antônio, Julia Lemmertz e Lilia Cabral.
Percebo agora que tinha medo de saber mais sobre o amor do que eu devo ou receber alguma informação traumatizante sobre o amor.
Mesmo com medo gostei muito do filme, ele discute o entrelaçamento amor e violência, e não apenas a violência física como a psicológica também. Depoimentos como os interpretados pelo Angelo Antonio e pela Leticia Colin, me fizeram pensar como a violência psicológica pode ser tão cruel como a fisica. Sai da sala de cinema meio perturbada, afinal atrelar o amor a violência é algo muito complexo e ao mesmo tempo muito honesto.
O filme me trouxe novos questionamentos, certamente eu e os vários expectadores do filme repensamos, ontem na frente da tela de cinema, o que é o amor e onde ele pode chegar.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
A revolução dos bichos.
Esse livro entrou na minha vida quando meu professor de História da oitava série, um dos professores de que me fizeram escolher a profissão que eu tenho hoje, resolveu sortea-lo na sala.Torci muito pro meu nome sair, mas como não fui sorteada, apenas morri de inveja do ganhador do livro. Mantive a vontade de le-lo por muito tempo.
Sempre li muito, principalmente na adolescência, mas não foi na tenra idade que li este livrinho. Na verdade eu já tinha acabado a faculdade quando me vi diante de sua leitura agradavel e direta. Durante toda leitura sempre me lembrava da importância que o professor atribuia a este livro e ao seu escritor: George Orwell.
Alteração dos mandamentos:
Nenhum animal dormirá em cama com lençóis.
Nenhum animal beberá álcool em excesso.
Nenhum animal matará outro animal sem motivo. “ TODOS ANIMAIS SÃO IGUAIS, MAS ALGUNS
Sempre li muito, principalmente na adolescência, mas não foi na tenra idade que li este livrinho. Na verdade eu já tinha acabado a faculdade quando me vi diante de sua leitura agradavel e direta. Durante toda leitura sempre me lembrava da importância que o professor atribuia a este livro e ao seu escritor: George Orwell.
George Orwell, escritor, jornalista e militante político, participou da Guerra Civil Espanhola na milícia marxista/trotskista e foi perseguido junto aos anarquistas e outros comunistas pelos stalinistas. Desencantado com o governo de Stalin, escreveu “A Revolução dos Bichos” em 1944. Nenhum editor aceitou publicar a sátira política, pois, na época, Stalin era aliado da Inglaterra e dos Estados Unidos. Só após o término da guerra, em 1945, é que o livro foi publicado e se tornou um sucesso editorial.
O livro e respectivamente o filme, que hoje assiti junto com a 8ª A, contam a história da Granja do Solar que é tomada pelos seus animais e é tranformada na Granja dos Bichos. A história faz uma critica a Revolução que ocorreu na Russia e seu desenrolar, pois progressivamente a revolução comandada pelos animais se transforma numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos.
São claras as referências a referência ao Estado russo: o velho Major seria Lênin, o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve (Snowball) seria Trotsky, Sansão (Boxer) seria o povo russo e os eventos políticos também se assemelham ao que ocorreu na U.R.S.S.
Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20. A fábula de George Orwell é uma fábula sobre o poder. Na próxima semana promoverei um debate das idéias do filme, em sala, para perceber o quanto da história de Orwell os alunos se apropriaram.
Mandamentos do Major:
“Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
O que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
Nenhum animal usará roupa.
Nenhum animal dormirá em cama.
Nenhum animal beberá álcool.
Nenhum animal matará outro animal.
Todos os animais são iguais.”
Alteração dos mandamentos:
Nenhum animal dormirá em cama com lençóis.
Nenhum animal beberá álcool em excesso.
Nenhum animal matará outro animal sem motivo.
ANIMAIS SÃO MAIS IGUAIS DO QUE OS OUTROS”
Até logo:)
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Hoje é o dia nacional do beijo.
Com certeza o beijo é a maior prova de afeto que pode existir. E hoje é o dia dele, o dia nacional do beijo para que possamos distribuir afeto a todos que amamos. Não é pra sair por ai beijando a boca de todo mundo, existem diversos tipos de beijo que valem para o dia de hoje também: aquele no rosto que é o de cumprimento e simboliza um boas vindas intenso, o de amizade pra mostrar carinho pelo seu amigo do peito, o de pai pra filho, enfim são muitas opções .
Beijar é muito bom, mas beijar bem é beijar na idade e com a pessoa certa, ok.
Outra noticia que me deixou eufórica é que o Maná fara show no Brasil em outubro, no Rock in Rio.
Adoro esta banda, pra quem não conhece, ja que estamos falando em beijo ouça "Labios Compartidos."
Até mais...
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Deficiência Visual.
Recebemos a cerca de um mês atrás um aluno com deficiência visual na EMEF Florestan Fernandes, para aprender como podemos desenvolver seu aprendizado hoje participamos de um bate papo com uma das responsáveis pelo setor deficiência visual do CEFAI -Centro de Estudos da Família, Adolescência e Infância, Profa. Ms. Maria Luiza Bonilha Bruno. Ela nos trouxe um apanhado de coisas para trabalhar com este aluno (mapas feitos com alto relevo, soroban, maquina de escrever em braile, dominós com texturas, etc) e além dos objetos as idéias fantásticas contribuíram muito para o nosso conhecimento e enriquecimento pedagógico. Além de muito preparada ela se mostrou muito atenciosa com todas as nossas duvidas, o bate papo foi excelente. Estamos unindo forças para tentar praticar a inclusão verdadeira e desenvolver todas as habilidades possíveis neste educando.
Voltei a estudar braile, havia iniciado os estudos no curso de pedagogia.
Profa. Ms. Maria Luiza Bonilha Bruno
Pedagoga formada pela USP, com especialização em Supervisão e Gestão Educacional e Deficiência Visual e, com Pós Graduação em Recursos Humanos. Atua no PAAI em Deficiência Visual do CEFAI da Capela do Socorro.
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